quinta-feira, 7 de agosto de 2008


Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila.Tem que ter brilho e tonalidade inquietante.A mim não interessam os bons espíritos nem os maus hábitos.Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo.Deles não quero resposta, quero meu avesso.Que me tragam dúvidas, angústias e agüentem o que há de pior em mim.Para isso, só sendo louco. Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta.Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria.Amigo que não ri junto não sabe sofrer junto.Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade.Não quero amigos adultos nem chatos.Quero-os metade infância e outra metade velhice!Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa.Tenho amigos para saber quem eu sou.Pois os vendo loucos e santos, bobos e sérios, nunca me esquecerei de que “normalidade” é uma ilusão imbecil e estéril.

"Como dois e dois são quatro sei que a vida vale a pena embora o pão seja caro e a liberdade pequena
Como teus olhos são claros e a tua pele, morena
como é azul o oceano e a lagoa, serena
como um tempo de alegria por trás do terror me acena
e a noite carrega o dia no seu colo de açucena
- sei que dois e dois são quatro sei que a vida vale a pena
mesmo que o pão seja caro e a liberdade, pequena".

"...não vou me deixar emputecer, eu acredito nos meus ideais...podem até maltratar meu coração, mas meu espírito ninguém vai conseguir quebrar..."