>O Teatro Mágico - Camarada D'água
Danilo Souza e Fernando Anitelli
Camarada, d'onde vem essa febre
Nossa alegria breve, por enquanto nos deixou...
Camarada, viva a vida mais leve
Não deixe que ela escorregue
Que te cause mais dor
Caixa d'água guarda a água do dia
Não cabe tua alegria
Não basta pro teu calor
Viva a tua maneira
Não perca a estribeira
Saiba do teu valor
E amanheça brilhando mais forte
Que a estrela do norte
Que a noite entregou!
quinta-feira, 24 de abril de 2008
domingo, 20 de abril de 2008
Em noite de Lua cheia
"Olhando o sagrado de azul caribenho,
Ainda sofrendo por medo de amar.
Índio? Negro? Pardo? Mutante além-mar?
Tampouco se sabe quais são seus desejos.
Segredos machistas ou vil pensamento?
Andrógino ébrio que cheira a pomar,
Bebendo desnudo à luz do luar.
Enquanto a carcaça é cor de degelo,
Seu timbre é latino, seu gozo é vermelho,
A boca é o sobejo pra rir ou chorar."
Sara Babel
De moi
De moi
Je plante des rêves, récolte vie.
Je montre l'âme gitane, fais des amis et veux connaître leurs routes.
Heureux et guerroyant.
Chant, bien ou mal, pour étonner mes maux.
J'écris, mal ou bien, pour savoir qui je suis.
Je suis du monde…
Mon esprit se place dans les frontières du Réal et du rêve.
Mon esprit, entre les brumes et le clair de lune.
Je suis des mystères de la mer, des Conseils du vent et des sorcelleries.
Je garde les amis mange des parfums des fleurs.
Je garde les espoirs, mange des rayons du soleil.
J'ai un ciel étoilé et un clair de lune qui est seule mien,
dont et, en même temps, c'est aussi il savoir regarder.
Je plante des rêves, récolte vie.
Je montre l'âme gitane, fais des amis et veux connaître leurs routes.
Heureux et guerroyant.
Chant, bien ou mal, pour étonner mes maux.
J'écris, mal ou bien, pour savoir qui je suis.
Je suis du monde…
Mon esprit se place dans les frontières du Réal et du rêve.
Mon esprit, entre les brumes et le clair de lune.
Je suis des mystères de la mer, des Conseils du vent et des sorcelleries.
Je garde les amis mange des parfums des fleurs.
Je garde les espoirs, mange des rayons du soleil.
J'ai un ciel étoilé et un clair de lune qui est seule mien,
dont et, en même temps, c'est aussi il savoir regarder.
quinta-feira, 10 de abril de 2008
(...)"Faz dança, cozinha,
se balança na rede
E adormece em frente à bela vista
Despreocupa-se e pensa o essencial
Dorme e acorda(...)
Escreve diários, pinta lâmpadas, troca pneus
E lava os cabelos com shampoos diferentes
Faz amor e anda de bicicleta dentro de casa
E corre quando quer
Cozinha tudo, costura, já fez boneco de pano
E brinco para a orelha, bolsa de couro
Namora e é amiga
Tem computador e rede,
rede para dois
Procura o amor e quer ser mãe,
tem lençóis e tem irmãs
Vai ao teatro mas prefere cinema
Sabe espantar o tédio,cortar cabelo e nadar no mar
Tédio não passa nem por perto,
é infinita, sensível, linda (...)
Despreocupa-se e pensa no essencial
Dorme e acorda"
(versos de "Gerânio" - Nando Reis/Marisa Monte/Jennifer Gomes)
se balança na rede
E adormece em frente à bela vista
Despreocupa-se e pensa o essencial
Dorme e acorda(...)
Escreve diários, pinta lâmpadas, troca pneus
E lava os cabelos com shampoos diferentes
Faz amor e anda de bicicleta dentro de casa
E corre quando quer
Cozinha tudo, costura, já fez boneco de pano
E brinco para a orelha, bolsa de couro
Namora e é amiga
Tem computador e rede,
rede para dois
Procura o amor e quer ser mãe,
tem lençóis e tem irmãs
Vai ao teatro mas prefere cinema
Sabe espantar o tédio,cortar cabelo e nadar no mar
Tédio não passa nem por perto,
é infinita, sensível, linda (...)
Despreocupa-se e pensa no essencial
Dorme e acorda"
(versos de "Gerânio" - Nando Reis/Marisa Monte/Jennifer Gomes)
sexta-feira, 4 de abril de 2008
quinta-feira, 3 de abril de 2008
Uma parede da intifada bordada, exposta no ANAT Workshop em Damasco, figurando duas mulheres Palestinas em trajes tradicionais e guerreiros com turbantes e estilingues.
desses que tocam trombeta, anunciou:
vai carregar bandeira.
Cargo muito pesado pra mulher,
esta espécie ainda envergonhada.
Aceito os subterfúgios que me cabem,
sem precisar mentir.
Não tão feia que não possa casar,
acho o Rio de Janeiro uma beleza e
ora sim, ora não, creio em parto sem dor.
Mas o que sinto, escrevo.
Cumpro a sina.
Inauguro linhagens,
fundo reinos— dor não é amargura.
Minha tristeza não tem pedigree,
já a minha vontade de alegria,
sua raiz vai ao meu mil avô.
Vai ser coxo na vida é maldição pra homem.
Mulher é desdobrável.
Eu sou".
Adélia Prado
"Quando nasci, um anjo esbelto,
desses que tocam trombeta, anunciou:
vai carregar bandeira.
Cargo muito pesado pra mulher,
esta espécie ainda envergonhada.
Aceito os subterfúgios que me cabem,
sem precisar mentir.
Não tão feia que não possa casar,
acho o Rio de Janeiro uma beleza e
ora sim, ora não, creio em parto sem dor.
Mas o que sinto, escrevo.
Cumpro a sina.
Inauguro linhagens,
fundo reinos— dor não é amargura.
Minha tristeza não tem pedigree,
já a minha vontade de alegria,
sua raiz vai ao meu mil avô.
Vai ser coxo na vida é maldição pra homem.
Mulher é desdobrável.
Eu sou".
Adélia Prado
08 de março de 2008 em Natal/ RN/ Brasil
DECIFRA-ME
Andréa Lima
Lanço mão dos guardados de dentro de mim,
dos frascos de coragem, audácia, combatividade e malabarismos para enfrentar o dia-a-dia,
a labuta, os preconceitos,
a violência covarde e sexista.
Eu sou essa dialética feminina
que me revolve por dentro e por fora,
que se faz presente na marcha pela história.
Eu sou as contradições, o sexto sentido que funciona,
o olho que vê mais adiante da janela,
a avidez da aurora,
as cores múltiplas e ousadas do arco-íris,
eu sou a esperança verdejante e primaveril.
Sou, também, o próprio escárnio, o beijo adocicado
ou aquele cheio de pecado cheirando a inferno.
Sou o canto das DIVAS,
som dos soluços que ecoam dos rios de lágrimas
que se formam meio à aridez do deserto,
sou o som dos tambores afros,
da poesia agridoce e moderna de Hilda,
da pintura brasileiríssima de Tarsila,
sou o som das mulheres de Tejucupapo,
o som ignominioso e horrendo das mulheres violentadas,
machucadas, despedaçadas.
Mas há em mim o que nunca se sacia: o refazer...
De ser lirismo face a escuridão,
de ser a liberdade mediante à proibição,
de ser o grito quando se exige o silêncio,
de ser a flor quando os canhões já anunciam
em quase toda parte do mundo o estado de terror.
Eu sou essa mística
que se fabrica no altar da luta,
pétalas de tantas Rosas Luxemburgos,
de tantas Florbelas,
de tantas Antônias, anônimas e Quitérias..."
Aviso da lua que menstrua
Elisa Lucinda
Moço, cuidado com ela!
Há que se ter cautela com esta gente que menstrua...
Imagine uma cachoeira às avessas:
cada ato que faz, o corpo confessa.
Cuidado, moço
às vezes parece erva, parece hera
cuidado com essa gente que gera
essa gente que se metamorfoseia
metade legível, metade sereia.
Barriga cresce, explode humanidades
e ainda volta pro lugar que é o mesmo lugar
mas é outro lugar, aí é que está:
cada palavra dita, antes de dizer, homem, reflita..
Sua boca maldita não sabe que cada palavra é ingrediente
que vai cair no mesmo planeta panela.
Cuidado com cada letra que manda pra ela!
Tá acostumada a viver por dentro, transforma fato em elemento
a tudo refoga, ferve, frita
ainda sangra tudo no próximo mês.
Cuidado moço, quando cê pensa que escapou
é que chegou a sua vez!
Porque sou muito sua amiga é que tô falando na "vera"
conheço cada uma, além de ser uma delas.
Você que saiu da fresta dela
delicada força quando voltar a ela.
Não vá sem ser convidado
ou sem os devidos cortejos..."
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